20 de janeiro de 2011

As Cores do Mundo

Estudando os grandes mestres da pintura descobri que a maioria deles trabalhavam com apenas uma palheta de cores, até tentei definir minhas cores numa única palheta passando anos e anos estudando cores e entendendo-as.
Mas comigo isso não funcionou, algumas cores não cabiam juntas com outras e algumas não cabiam nos trabalhos que eu elaborava. No final das contas juntei todas as minhas pesquisas de anos e num "insight" descobri quatro palhetas básicas maravilhosas que desenvolvo.

1°) Uma palheta é extremamente punk-hardcore, com cores pesadas e densas.
2º) Outra mais pop, com cores fortes bem anos 80's.
Essas duas particularmente inspiradas na músicas das quais eu gosto e da minha adolescência vivida em lugares underground, das pistas de skate, das bebedeiras e etc.

3°) Outra palheta de cores remete a este cinza, desta sugeira impregnada em tudo que vemos em São Paulo e no Grande ABC. Esta poluição baixa em prédios, casas, e até nas pessoas, que as vezes empregna no ser.

Mas eu tenho uma palheta de cores muito especial e que há anos tento definir, descobrir de onde vem, porque essas cores e não outras, mas graças a Deus deixei que minha intuição fosse mais forte e sempre deixei essas cores submergirem, brincarem e se deixar acontecer. Sempre aconteceram e me surpreendia com o resultado fabuloso que saltava aos meus olhos. Foi um deleite descobrir essas cores, isso sempre foi muito motivador em minhas pinturas.
É diferente das cores dos grandes mestres Europeus pelos quais admiro.

Pois bem, depois de mais de quinze anos estudando minhas cores, descobri neste final de semana de onde elas vieram: de "Minas Gerais", numa viagem rápida que fiz para visitar uma tia no hospital e participar de um casamento. Sem perceber descobri de onde veio minha cores prediletas, isso mesmo, de onde passava minhas férias correndo no curral, pescando no ribeirão, comendo fruta no pé, mas com uma diferença... Não é qualquer cor, é impressionante, é uma que só existe de vez em quando, quando a chuva permite surgir essa tonalidade que sempre busquei. Lembro-me pequeno, sentando, apenas vendo a chuva cair, o sol nascendo e se pondo, as vezes lá do alto do morro, outras do lado oposto e sempre, sem dúvida alguma, de alguma forma eu pintava aquela paisagem que estava admirando.
4°) Minha Palheta de cores predileta, que prefiro nem definir, não tem relação com música, nem cidades, nem frutas ou animais, são apenas cores que fazem minha alma se harmonizar com o meu ser.

E do mesmo jeito que tenho a certeza de que o Impressionismo nunca nasceria no Brasil, as cores escolhidas que um dia me incomodaram por ser diferente dos meus grandes mestres. Hoje, mais do que nunca, tenho a certeza de que as minhas cores nunca nascerão na Europa, porque uso as cores da minha terra, uso as cores que estão impregnados no meu ser e sentir...


Nenhum comentário:

 
Copyright © 2007-2011. Éder RoolT.

Todos os direitos reservados.